Exportações
Na soma dos 12 municípios, volume negociado ao exterior nos seis primeiros meses do ano foi superior a USS 158 milhões, representando um aumento do 41,15% em relação ao mesmo período de 2020
Andréia Limas
“O aumento das exportações é um fator importante para as empresas, que alcançam novos mercados, mas também reflete na geração de mais empregos e renda”.
Moacir Dagostin
Presidente da Acic
A Região Carbonífera começou 2021 comemorando um índice positivo na economia: o melhor semestre dos últimos três anos nas exportações. Na soma dos 12 municípios, o volume negociado ao exterior entre janeiro e junho foi superior a US$ 158 milhões, representando um aumento do 41,15% em relação ao mesmo período de 2020, quando ficou em US$ 112 milhões. Em 2019, as exportações alcançaram US$ 126 milhões.
Foi também o sétimo melhor desempenho para o semestre entre 1997 e 2021, período em que as informações são disponibilizadas pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços no sistema Comex Stat. O recorde continua sendo o de 2011, quando o volume exportado no primeiro semestre passou de US$ 200 milhões.
“Esse é mais um dado positivo para a região, que já vinha demonstrando recuperação econômica através de outros indicadores, como o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). O aumento das exportações é um fator importante para as empresas, que alcançam novos mercados, mas também reflete na geração de mais empregos e renda”, aponta o presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Moacir Dagostin.
“Projetava-se um aumento significativo das exportações, impactado principalmente pela taxa de câmbio. Como a região possui entre os seus carros chefe na exportação os cortes congelados de frango e produtos cerâmicos, verificava-se essa tendência de crescimento”.
Julio Cesar Zilli
Coordenador do Núcleo Operacional Criciúma do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex/Unesc)
Segundo o professor Julio Cesar Zilli, coordenador do Núcleo Operacional Criciúma do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex/Unesc), as principais projeções para 2021 já sinalizavam para um ambiente de recuperação e de crescimento.
“Projetava-se um aumento significativo das exportações, impactado principalmente pela taxa de câmbio. Como a região possui entre os seus carros chefe na exportação os cortes congelados de frango e produtos cerâmicos, verificava-se essa tendência de crescimento, em decorrência principalmente pela competitividade apresentada por esses setores”, expõe Zilli.
A venda de revestimentos cerâmicos ao mercado externo movimentou US$ 47.252.317 no primeiro semestre, representando 29,88% de toda a exportação da Região Carbonífera no período. Carnes e miudezas de aves responderam por 21,23% do total, movimentando US$ 33.574.460 entre janeiro e junho.
A seguir, vêm os insumos para as indústrias da cerâmica, do esmalte e do vidro, com US$ 13.302.955 (8,41%); máquinas e aparelhos para a agropecuária, com US$ 8.359.766 (5,29%); e o mel natural, com US$ 8.070.273 (5,10%).
O desempenho da região no semestre foi puxado por Criciúma, que contabilizou mais de US$ 52 milhões em exportações. Forquilhinha aparece como o segundo maior exportador, com US$ 36,8 milhões comercializados. Içara vem logo a seguir, com US$ 29,8 milhões, enquanto Cocal do Sul exportou US$ 18 milhões no período.
Na sequência, estão Orleans (US$ 7,5 milhões), Morro da Fumaça (US$ 4,2 milhões), Urussanga (US$ 4,1 milhões), Nova Veneza (US$ 2 milhões), Lauro Müller (US$ 1,8 milhão), Siderópolis (US$ 936,8 mil), e Balneário Rincão (US$ 357,3 mil).
Em relação às importações, o volume na região supera o de exportações desde 2019. Foram US$ 184,1 milhões no primeiro semestre de 2019, US$ 145,7 milhões nos seis primeiros meses do ano passado e US$ 301,3 milhões neste ano, fazendo com que a balança comercial do primeiro semestre apresentasse déficit de US$ 58 milhões, US$ 33,7 milhões e US$ 143,2 milhões nos últimos três anos, respectivamente.
“Os 12 municípios têm boa atuação no mercado exterior, quando têm seus números somados para serem levados em conta como associação. Ao analisarmos o saldo comercial nos últimos dez anos (2010 a 2020), verifica-se um montante de US$ 27,54 milhões superavitários”, salienta Zilli.
“Uma região que consegue expandir seus negócios para fronteiras internacionais desenvolve a sua capacidade de inovação e aprimoramento industrial, de processos e de serviços. Em contrapartida, uma região que importa tem acesso a matéria-prima, produtos e serviços diferenciados, que podem alavancar a sua competitividade”, acrescenta.
País | US$ | % |
---|---|---|
Estados Unidos | 27.000.962 | 17,08% |
Argentina | 20.946.391 | 13,25% |
Paraguai | 15.018.140 | 9,50% |
China | 12.340.475 | 7,80% |
Chile | 10.387.827 | 6,57% |
Bolívia | 10.329.907 | 6,53% |
País | US$ | % |
---|---|---|
China | 58.127.936 | 19,29% |
Argentina | 31.378.728 | 10,41% |
Barein | 29.760.142 | 9,88% |
Espanha | 26.698.290 | 8,86% |
Colômbia | 17.168.684 | 5,70% |
Itália | 16.312.588 | 5,41% |
Índia | 14.255.388 | 4,73% |
México | 10.435.423 | 3,46% |
Revista Liderança Empresarial - 2ª Edição - Agosto de 2021